Golpe final

O que temia quando escrevi este post concretizou-se.

Soube há pouco tempo que a intenção do proprietário era eliminar esta ameixoeira.
Falei com serviços/técnicos/responsáveis da CML, do urbanismo e dos espaços verdes.
Nada era possível fazer dessa parte porque...os serviços não se articulam como deviam e porque se licencia desprezando por completo o papel e os efeitos positivos das árvores e dos logradouros. Não está prevista a plantação de qualquer árvore nem de qualquer arranjo do logradouro. Apenas....limpeza!!!

Por achar um caso exemplar e por ter feito aqui uma referência a esta árvore, há cerca de 2 meses, não quis deixar de mostrar algumas das imagens que consegui registar esta manhã.

Como me dizia há tempos um amigo, apesar de não serem tão mediáticos como os grandes cambalachos, a soma de todos estes pequenos erros tem um custo enorme para a cidade.

12 comentários:

Alexa disse...

Lamento muito :(
De facto é inaceitável que, cada vez mais, em Lisboa, desapareçam as árvores e os espaços verdes... para darem lugar a grandes prédios e outros imóveis que " fazem dinheiro".
Talvez os políticos devessem aprender mais com o que se faz noutras cidades doutros países europeus, como em Malmö (cidade sueca conhecida pelos seus abundantes parques) ou Paris.
Um abraço

Jorge N. disse...

Obrigado Alexa......obrigado.
Durante uns tempos não vou dizer mais nada...sei que o silêncio, em certos momentos, não é bom companheiro mas também sei que tenho de dar muito mais que o queixume. Espero que as águas e o Verão me ajudem a encontrar novas sementes. Não tenho alternativa.
Sim, Paris e Malmo são outra história! E cada vez tenho menos dúvidas que a muitos dos responsáveis por Lisboa só lhes fazia bem saberem e pensarem mais sobre o que se faz noutras cidades.
Abraços.

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Eu só me interrogo de onde virá esta nossa aversão, enquanto portugueses, às árvores?! Parece doença...enquanto à administração pública e aos políticos, em particular, como as árvores não dão votos estará bem de ver o interesse que tal lhes possa merecer...

MJH disse...

Que falta de respeito. Demorou tanto tempo a crescer... e depois há o verde, sem verde é muito difícil viver nas prisões de cimento das cidades!

Coca disse...

É impressionante o teu vídeo Jorge. Pelo tombo da árvore, pelo uso de uma motoserra sem protecção. Revela muito. As árvores fazem-me lembrar, de certo modo os animais, Gostamos muito delas quando são pequeninas, porque não incomodam. Quando crescem, em vez de nos esforçarmos por adaptar, optamos por nos livrar delas. Fez-me lembrar a borracheira que havia em casa dos meus pais em Lisboa. Todos os Verões nos chateávamos com a resina que deitava, por exemplo, mas nunca nos passou pela cabeça matá-la. Tinhamos de lavar o quintal com mais frequência, o meu pai andava sempre em volta das árvores para as limpar dos "ladrões", mas a árvore lá ficou. Não consigo perceber que graça tem um quintal urbano sem árvores. Mas deve ser incapacidade minha. Quando à preocupação dos serviços públicos, nem abro a boca. Mal vão as cidades que pensam, como Lisboa, que a estratégia global passa pela dimensão das coisas - dos jardins, dos bairros, dos centros - e ignora a escala local. O resultado está à vista.

Ezequiel Coelho disse...

Que aperto no coração!...
Só me apetece dizer (lhes) impropérios!!!
(.....................................................)

Coca disse...

Jorge, deixei-te um desafio lá em minha casa. Podes escolher as armas. Bjs

h disse...

nem sempre acontece aquilo que gostavamos que realmente acontecesse...e com isso sim, é difícil lidar...

bjos

Anónimo disse...

ouvi agora mesmo o barulho mecânico. Imagino o teu desespero. Dá vontade de chorar

Ana Ramon disse...

Fica-se com um aperto danado na garganta. Esta sensação de sermos cada vez mais impotentes. Nem sei o que te diga.
Boas férias

Jorge N. disse...

Obrigado, pela companhia de palavras boas. Beijos e abraços.

cätita disse...

Pelo menos podia cair-lhe na cabeça, assim lembrava-se por algum tempo do que fez... as árvores, ou as plantas, estão sempre nos sítios errados, não é?
é engraçado que a sensação que me provoca alguém a danificar uma árvore é a mesma se estiverem a bater num animal ou numa pessoa, mas a árvore não se consegue defender...e muitas vezes quem a quer defender não tem força suficiente ou é incómodo.
É horrível o sentimento de impotência...