Há 2 anos, os vizinhos (do lado esqº) da vizinha árvore, ainda aproveitavam uma outra parte do logradouro para a sardinhada... rodeados de nêsperas
Agora, que a casa a que pertence irá para obras, temo que lhe reservem o destino das vizinhas laranjeiras (do lado dtº), arrancadas para dar lugar a um estacionamento!Vão-se os pássaros, os gatos, os bichos, as folhas, a terra, para dar lugar à riqueza pobre.
Outra das boas ideias que vi posta em prática em Copenhaga, já desde o princípio dos anos 90 (antes da Eco-92 e da difusão/profusão "do" sustentável), foi a transformação de muitos destes logradouros, geridos e utilizados por todos os moradores. No caso deste mostrado a seguir, na Haderslevgade, a sul da Praça Enghave, o município teve a iniciativa de o renovar e "os residentes participaram activamente nesse trabalho para realizar a sua visão de um jardim ecologicamente sustentável. O jardim foi iniciado em 1988. Todo o lixo passou a ser separado e o orgânico transformado em composto usado no jardim, que se tornou um oásis verde na cidade." (Urban Ecology, Danish Town Planning Institute)
Por enquanto posso dar-me por feliz por ainda poder abrir todos os dias as janelas e ser uma festa ver a minha vizinha nespereira.
Depois de ter lançado o desafio para a participação no Festival de Árvores, não podia/quis deixar de participar também e falar na árvore que me está mais próxima. Não só pela importância que lhe dou mas mais ainda porque a má gestão dos logradouros tem continuado por toda a cidade e as consequências, apesar de pouco perceptíveis, são muito negativas. E mais um exemplo de oportunidades perdidas. (Próximo Festival a partir de 1 de Junho, em Arboreality)
7 comentários:
O grande entrave ao cuidado com os logradouros reside, por um lado, na falta de tempo - andamos sempre muito ocupados com os nossos afazeres - mas existe também um outro problema, não assim tão raro por essa cidade fora, que consiste no facto de olharmos com desconfiança, sempre que um vizinho resolve tomar a iniciativa e meter mãos à obra.
A consciência civíca de cidade passa muito pela nossa rua, pelo nosso bairro. E se pensarmos bem essa nespereira, mesmo que não repare - o que não é o caso - já faz parte de si e do seu imaginário.
Eu cresci com três árvores, lá no logradouro da casa dos meus pais: uma nespereira, uma ginjeira e uma borracheira. Nenhuma delas já existe, porque depois de os meus pais deixarem aquela casa o espaço foi arrasado pelo camartelo. Felizmente, os meus pais - de quem herdei essa ligação à terra - foram para uma quinta fora de Lisboa :( mas lá temos cerejeiras, macieiras, pereiras, marmeleiros. Cheiros, muitos, que nos devolvem a ligação à terra.
Seria tudo mais fácil se cuidassemos das nossas árvores e do nosso ambiente próximo.
Um abraço
e as nésperas? são boas?!
Paula, tenho bastantes razões para desconfiar do destino que pensam dar "à obra", a experiência do lado foi muito má. Restará sempre a possibilidade de pedir ajuda às trepadeiras para erguer um muro vegetal...o que está longe do ideal.
h, por excesso de zelo, falta de escadote ou talvez por não ser especialmente apreciador, não arrisquei a "chinchada". Mas à vista são muito boas e os pássaros gostam!
Meus caros, deixem-se de cerimónias as nêsperas selvagens são do melhor quando estão maduras.
Depois de várias visitas a este blog só hoje lhe deixo um presente.Vá até á horta receber um prémio.
chinchada? não conhecia esta expressão...pois eu adoro nesperas! mas dessas, verdadeiramente biológicas!
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