Ainda as árvores classificadas

Parece que foi de propósito.... mas não foi.


Quando aqui publicámos, no dia 21 de Março, algumas informações e reflexões sobre as árvores classificadas de interesse público, não tínhamos ainda tido conhecimento da iniciativa que, sobre esse tema, estava preparada para ontem, às 14.30, pela CML. Este fim de semana tivemos a surpresa de saber que, “no âmbito da semana da Primavera programada pela CM Lisboa”, se iria proceder ontem “ao lançamento, para o público geral, do Mapa Virtual das Árvores Classificadas de Lisboa, no Auditório Espaço Monsanto com disponibilização no site da CML.( Programa da semana da Primavera)

Justificava-se particular expectativa, não só por se tratar da maior autarquia do país mas também por ser aquela onde há mais exemplares (isolados) classificados. O mapa disponibilizado , pode ser impresso em 4 páginas e localiza 42 árvores classificadas de Interesse Público. Mostram-se também fotografias de algumas das árvores do “primeiro percurso virtual” publicado, entre o Jardim Alfredo Keil e a Pç. de S. Bento, que corresponde ao percurso pedestre guiado a realizar em 14 de Abril e que permitirá observar 11 árvores classificadas. Outros 9 serão publicados e realizados, com uma cadência mensal, até aos primeiros meses de 2008.

Das 42 árvores identificadas no mapa agora disponibilizado concluí, após uma rápida análise, que só 2 estão em propriedade particular (a Araucária e a Bela-Sombra da Qª da Conceição). Das outras 40, duas estão em edifícios ligados ao Ministério da Saúde (Hospital Pulido Valente) e outras duas ao Ministério da Agricultura (Laboratório Nacional de Investigação Veterinária). As restantes 36 estão sob responsabilidade directa da autarquia, duas em dois dos viveiros camarários e as outras 34, na sua grande maioria, em jardins públicos.

Uma responsabilidade acrescida para a autarquia, nomeadamente pela “obrigação” de melhor aproveitar esse potencial.

Localizar e disponibilizar informação sobre este património é, obviamente, uma tarefa a realizar e a aperfeiçoar, por isso estas acções agora programadas são um sinal positivo.


Creio que, pelo menos em relação aos últimos 30 anos, actualmente há maior consciência da necessidade de valorizar as árvores “especiais” e as administrações locais começam a dar mais atenção a este tema. E só identificando-as melhor se torna possível (re)conhecer e divulgar o seu valor e tomar as medidas necessárias para as conservar em bom estado.

Chorisia speciosa no Jardim Braancamp Freire, Jorge N., 25.03.07

Sobre este assunto, muito há a dizer e a fazer e é óbvia a necessidade de maior investimento, o que não implica forçosamente grandes despesas: (e...repetindo-me) com a tal colaboração coordenada entre administração central, local, escolas, associações, empresas, particulares..., poder-se-á conseguir mais facilmente a actualização do inventário e das classificações e a promoção de publicações e de outros materiais de divulgação.

A este e a outros assuntos, quero voltar, mais perto do início do Verão. Até lá vou mergulhar, nestas águas e noutras próximas. Não é hibernação, que o Inverno acabou, nem ir a banhos, que o Verão ainda não chegou. É mesmo para uma Primavera frutuosa, a jardinar sem parar.


Chorisia speciosa no Jardim Braancamp Freire, Jorge N., 25.03.07

Tinha acabado de escrever este texto quando recebi mais uma semente, em forma de mail, vinda de um verdadeiro arboreto , cheio de ideias e de outras possíveis sementes. Vou fazer tudo o que puder para ajudá-la a crescer.

1 comentário:

Ana Ramon disse...

Aqui está uma bela notícia. Ainda que com um monte de problemas para resolver, ao menos já se consegue avistar uma luz ao fim do túnel... a ver se não se apaga, entretanto. O cepticismo foi-se instalando aos poucos...